Aí ... mas de que serve imaginar Regiões onde o sonho é verdadeiro Ou terras para o ser atormentar ? É elevar demais a aspiração, E, falhado esse sonho derradeiro, Encontrar mais vazio o coração. Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV

APENAS UM ESBOÇO
Passos tremidos na ressonância
Dum baterem em surdo.
E assim, duvidosos gigantes
Arrasam léguas de distância.

Já não se ouve o rasto dos silêncios.

E os barulhos, são gritos abafados
Na incerteza dum amanhã.
Apenas aquelas notas secas,
Voam á frente dos olhos.

Baile incerto das folhas tremidas,

Danando uma última valsa.
No Outono, tom castanho
O pintor
Sombreia com o pincel do futuro.

Rabiscos de angustia

E deixa cair as folhas nas páginas do destino.
Fixa-as bem no Alto com as mãos,
Mas não muda o colorido.
Pintar o quadro é difícil
Apenas um esboço
Utilia Ferrão








Comentários

Emília Simões disse…
Olá amiga Utília,
Que poema lindíssimo!
Por aqui sinto como que um pouco das folhas de Outono em que me revejo.
E esse recanto de casa florido maravilhoso.
Beijinhos e vá aparecendo.
Deixou saudades.
Bom domingo. Ailime.
Roselia Bezerra disse…
Olá, querida amiga Utília
Já não se ouve o rastro do silêncio... nem dentro de nós, muitas vezes...
Bjs de paz e bem

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