HÀ UMA BARCA NO RIO Quando cortei os cordões da vida ela desatou a correr, ficou presa por um triz Eu dependurada na evidencia dum momento único, olho o vai e vem das águas E as letras deslizam á frente dos meus olhos como quem solta palavras da tua boca e a água sussurra-me baixinho «O tempo passa». Mas vai dar tudo certo Tão Próximo do rio sentada na margem direita, olho as folhas de outono que deslizam à frente dos meus olhos como se dançassem para mim. E me trouxessem de volta as primaveras floridas e os Verões escaldantes. Tento parar o tempo, desamarrar a barca e deitá-la ao rio só para transportar a saudade que já não cabe dentro de mim. A nostalgia envolve-me, mas eu recuso-a e desato as cordas da saudade, faço um voo retrogrado nos braços do tempo e… A Barca toca-me de tão perto tal como Gil Vicente na barca do inferno… Mas apraz-me falar da vida, subir degraus e descer escadas, penetrar e mergulhar neste rio que me leva naquela barca parada em que me sen...
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