Aí ... mas de que serve imaginar Regiões onde o sonho é verdadeiro Ou terras para o ser atormentar ? É elevar demais a aspiração, E, falhado esse sonho derradeiro, Encontrar mais vazio o coração. Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV


Quebro o som do ritmo

Quando entro no teu quarto e me sento ao teu lado, pego na tua mão e uma vaga de paz inunda o meu corpo e é isso que te dou neste momento único da tua vida um pacote de PAZ. E AMOR.

Quando me dizes “ o teu rosto é sereno”na realidade sinto uma vaga de paz que me invade e entre a minha mão e a tua, algo tão completo emerge da própria alma e o silêncio acalma a tempestade.
A bonança invade o quarto e algo se difunde para além do tratamento habitual.
Vem-me então esta frase de nem sei quem que toca a minha mente num sino de palavras...

As palavras têm carácter, “as palavras”: Eu sei.

São palavras soltas, ligadas a eles (as) a mim e a “Ele”
Deixo-as como herança do meu Sentir, do meu saber,
Consumo-as com jeito e coloco-as aqui, nesta folha seca que cai desta árvore.

 São apenas frutos pequeninos e selvagens, as minhas palavras.

Estou convencida de que para além daquilo que entendo ou do que vejo paira por aquelas bandas, uma ligação directa entre o visível e o invisível.
Será o cansaço da loucura ou aquilo que eles dizem uma espiritualidade apuradíssima que interliga dois mundos tão próximos?

Outras realidades mais profundas surgem na minha mente

Se acreditares nos ruídos do mundo em vez de acreditares nos silêncios da alma estarás perdida
Sussurra-me o silêncio

Este doce tom silencioso foi-me tantas vezes a voz estridente, significativa, lúcida e clara transmissora de tantas alegrias e tristezas. Nesta unidade de cuidados paliativos

E eu caminhava desperta e não parava nem na dúvida, nem no medo, nem na culpa nem tão pouco na auto-recriminação.

 A verdade é que residia no meu intimo uma certeza que se repetia tantas vezes e na qual acreditava como um acto de fé.

Sinto-me uma seringa cheia de paz e de amor, uma seringa viva que injecta um medicamento dum valor excelente que não vem de mim, mas através de mim”

Também eu me sinto serena e eis que tu me dizes obrigada por algo que desconheçamos porquê?

-“Por ser quem é...”

“Tantas coisas se passam...E o que me intriga e a pergunta que me faço é a seguinte: se a morte faz parte da VIDA, porque razão na hora da partida todos se agarram tanto à existência por vezes vivendo em condições difíceis?”

E aquela voz que falava nos silêncios da minha alma não cessava de sussurrar entre outros...

“Não estamos aqui para resolver mistérios, o Universo na altura certa dará a sua resposta.”

 Vamos ter Esperança até ao último instante pois sem ela morre-se a vida engarrafada na solidão taipando-se com a rolha do desespero.


Durante o percurso da vida e principalmente ao chegar a este apeadeiro final, é bom fazer uma análise da nossa trajectória existencial.
Qualquer que seja a conclusão a que chegarmos é sempre bom sentirmos que valeu a pena viver, porque mesmo nas circunstâncias mais difíceis ao encontrar o enigma da razão, deixaremos de ser vítimas dos problemas para vermos de perto, como que o despir da veste que tapa o Ser nu de ilusões e confusões, para numa corrida final, encurtarmos distâncias que nos separam daqueles que ficaram  na memória e na saudade.

Deste modo libertos voaremos até à meta final, num largar tudo o que os laços de sangue foram fabricando ao longo dos anos, os enganos, os desenganos, as ilusões, as feridas, as peripécias dos afectos, os amores e desamores, os encontros e desencontros, facilitando à vida o encenar, final da passagem para a outra margem.

“Ninguém é ninguém? Sim, é-se o que finalmente a essência trouxe. Apenas sou, Ser... Estou para ser aqui e agora autor na minha própria história. Assinando com um último sopro todas as passadas que dei todos os sonhos que sonhei toda a vida que comecei e que estou certa irei continuar”

.
Ninguém é ninguém? Eu e tu somos quem?
P





















Ninguém é ninguém?

Neste instante pulsa-me o coração
Em sintonia com tantos outros
Ao mesmo ritmo e com o mesmo bater,

O tom? É o mesmo.

Mas este aqui é o de um bater mais lento.
Vem-me agora mais sentido,
Mais batido.

Oiço-te sim...

Ai se soubesses apreciar estes momentos
Em correntes de Água Viva,
O quanto o mundo dos teus mundos
Passaria de efémero a duradouro.

E porque é eterna esta verdade
Adormeço na margem deste rio,
Embalada pela água
Que canta e me leva na corrente.

Oh mente, caminha, navega, vai, sente.
Atravessa para a outra margem.
Leva contigo o teu destino



Os estados de alma e o viver com o objectivo de partilhar levam-nos sempre mais longe no caminho que nos é traçado ou que traçamos e tantas vezes alcançamos metas que nem sonhamos sequer o que se recebe pelo caminho.

























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