Aí ... mas de que serve imaginar
Regiões onde o sonho é verdadeiro
Ou terras para o ser atormentar ?
É elevar demais a aspiração,
E, falhado esse sonho derradeiro,
Encontrar mais vazio o coração.
Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV
As coisas que eu gostaria de Te
dizer?
Não
as digo... Porquê?
Não
sabem. Tu sabes...
Apalpo
bocados de gritos algemados.
No
fundo duma cisterna sem água
Expressares
duma luta ilegal num ruído ensurdecedor.
É imaginação? Puder? Ria, mas são reais.
Sou
pobre Senhor
Rica
de Tudo. Com um espírito esfomeado.
Apenas
quero pensar no que é existir...Só isso.
Mas
é muito mais isso? Eu sei.
Sabor
a salgado sabor a doce e até apimentado
E
correndo ao sabor do vento
Percorro
o campo Sadio do Teu Ser
Coberto
de relva verde,
Espalho
nesta praia deserta que sou, sol do Teu nascer
Comparo
o chão térreo da minha vida
Com
a existência de tantas estrelas
E
dependurado lá no alto, apraz-me o pensamento que nos rege
E nestas conversas eu fico sempre com a Esperança viva dentro de
mim
Sem dúvida que a esperança é:
A única coisa que nunca
devemos perder,
Pois muitas vezes
É a única coisa que nos mantêm de pé,
A única coisa á qual nos podemos agarrar
A única coisa que nos
separa do desespero,
Sem ela ficamos vazios,
sem nada.
Comentários