Aí ... mas de que serve imaginar Regiões onde o sonho é verdadeiro Ou terras para o ser atormentar ? É elevar demais a aspiração, E, falhado esse sonho derradeiro, Encontrar mais vazio o coração. Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV

Foi Tudo Tão Rápido
E por último a Esperança dum derradeiro apertar de mão, sem palavras? Sim foi... e então o que significa mais este aperto de mão?
Bom dia como está?
Talvez até à próxima,...
Talvez a pouca força que me resta deposito-a na tua mão.

A vida é coisa pouca mas é tanto ainda para compreender... Deixando depois “Aquela palidez de neve angélica”
Descida duma montanha mais alta sobre aquele rosto sereno.
Acabou.
Será que acabou?

Não a vida continua

È este último cuidado prestado pela enfermeira(o) em que o único remédio neste caso é injectar paz e tranquilidade para que estes últimos instantes da partida se passem com serenidade.
Isto é apenas uma partilha nada que seja estatisticamente comprovado mas experiências vividas que ficam sempre no meu ser.

...
Aprendi uma maneira muito personalizada para lidar com os doentes com as famílias e comigo própria...

Não quero de maneira nenhuma ir contra tantas teorias aprovadas e validadas mas simplesmente quero levar uma pequena nota pessoal, aquela personalização de certos actos.

E vamos hoje falar da angustia do familiar que no auge da felicidade, recebe a noticia de que a sua companheira(o) aquela (e) que escolheu para viver uma vida cheia de sonhos reais...terá uma vida limitada pela doença, “o cancro”.

Ao acompanhante Familiar

É nesta curva da vida que é necessário ter-se as palavras verdadeiras e os gestos certeiros para evitar que aquele que se está a acompanhar e o acompanhante não abandone a batalha: Sim porque este trabalho de acompanhar alguém, é sempre uma batalha entre o que é possível fazer-se, e os nossos limites pessoais, os nossos medos e também as nossas capacidades de intervenção e aquilo que verdadeiramente se quereria obter como resultado.

E partilho agora a minha experiência...

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