Aí ... mas de que serve imaginar
Regiões onde o sonho é verdadeiro
Ou terras para o ser atormentar ?
É elevar demais a aspiração,
E, falhado esse sonho derradeiro,
Encontrar mais vazio o coração.
Fernando Pessoa, in Soneto XXXIV
Duma rosa que
ainda hoje cora.
Como que Saídas lá do alto mais profundo.
Pétalas desfolhadas, sobre aquele mar
Numa extrema sujeição de tudo.
Assim.
Em lábios, fechadíssimas...” palavras”.
Numa sombra desconhecida
Uma estrela a arder no azul,
Reforça o firmamento.
Palavras bebidas
E pelo nevoeiro da tarde.
Acorda de repente no céu
Um vulto pálido de espuma
Ouvindo pensares sem pertença
Sobrevoando infinitas mágoas,
Aparece uma lágrima perdida naquela nuvem,
Abraçando um tronco verde Esperança
Caídos num lago imenso
No marulhar das águas
Os abismos das coisas que negas
.
Promessas perdidas em versos errantes..
É a vida?
Principio, Continuidade,
(Sequência) e Eternidade
“Saberei aproveitar da Luz.
Difícil, é separar os pedaços.
Verdadeiros malhões agarrados
Em correntes.”
.
No barulho que sai das pétalas ao abrir
Um soluto ardente de luz,
Reflexo das rochas batidos na mesma cruz.
Comentários